História Real de uma Vencedora

Eu sou Deolinda Freire Tavares , Cabo Verdiana de 65 anos de idade  ,aposentada funcionária do quadro técnico das alfândegas de Cabo Verde. É também mãe e evangelista , aos 10 meses de idade tive uma paralisia infantil e por isso nunca andei . Não sei o que quer dizer a palavra ''andar'' .
Estudei ,e logo a seguir encontrei o meu primeiro e único emprego numa das melhores instituição de Cabo Verde Alfândega do Mindelo , anos depois o governo abriu um concurso interno para mudança de categoria eramos de São Vicente . O referido concurso era para ser realizada na Praia , Ilha de S. Thiago , num prédio de finanças no 3° andar no qual não tinha elevador . Tinhamos que fazer o concurso mostrando que estavamos  habilitados e a seguir estudar durante um ano lectivo para depois fazermos a prova para sermos classificados nas áreas de direito comercial ,fiscal,direitos humanos ,administração , informática e contabilidade .
 A preocupação dos meus colegas era o seguinte: Deolinda como é que vais fazer isso se as aulas vão ser feitas num 3ª andar ? Na verdade queriam me dizer : tu não andas como é que vais conseguir ? Eu respondia eu não sei o certo , mais de uma coisa eu sei eu vou o resto Deus e quem sabe. Apesar de que quem tivesse cinco anos na categoria que eu ocupava e tivesse habilitações , não precisava fazer nenhum concurso . Ora eu não olhei pra essas condições , não me acomodei e fui, chegando lá na Praia , na porta do tal edíficio  que conheci o senhor Alberto ,que se prontificou em me carregar ao colo e levar-me até o 3º andar , depois de um colega de trabalho ter pedido esse favor favor ao senhor Alberto que era segurança do prédio , quando acabaram as aulas todos foram almoçar ,mas eu ficava na sala a espera do meu almoço e o sr Alberto na portaria . Assim que todo mundo foi almoçar ele foi fazer- me companhia ,

 Então disse-lhe que se ele estava disposto a ajudar - me a subir ao 3º andar todos os dias que no fim de cada mês eu dava - lhe uma gratificação , mas ele disse que me levava sim ,mais que não iria recebe nada porque eu fazia - lhe lembrar de uma irmã que devido a um acidente ficou doente e que ele que dava toda apoio , por isso queria ajudar -me com toda boa vontade . Para recompensar o sr. Alberto eu dava - lhe o meu almoço todos os dias ,isso porque ele morava longe e não tinha como ir para casa ,pois tinha que apanhar dois auto carros para ir e depois para vim , essa foi a maneira de agradecer ,passei o ano lectivo na Praia e não faltei uma aula e com aproveitamento .

 Está é a minha história porque a minha deficiência está no corpo e não na minha cabeça ,eu não duvido de nada ,só duvido de quem duvidar de mim.